Desde o século 18 vem ocorrendo um grande aumento da produção de vários gases que provocam o Efeito Estufa - GEE, entre os quais o CO2 ( dióxido de carbono), o óxido nitroso (N2O) e o metano( CH4), sendo o dióxido de carbono responsável por mais de 80% das emissões de carbono no mundo, por decorrência das atividades antrópicas.

Atualmente, as emissões globais de gases que contribuem para o Efeito Estufa são da ordem de 7 bilhões de toneladas a cada ano, sendo a queima de combustíveis fósseis  responsável por 66% das emissões dos GEE. As práticas agrícolas contribuem com 20% e as mudanças do uso da terra, principalmente o desmatamento, são responsáveis por 14% dessas emissões globais.

A elevação da temperatura global, provocada pelo aumento da concentração dos GEE se tornou um dos problemas ambientais mais sérios de planeta nos dias de hoje, pois suas conseqüências podem significar ameaça para a vida na Terra.

As Mudanças Climáticas decorrentes do Efeito Estufa se mostram evidentes, havendo a necessidade urgente de ações para mitigar seus impactos, fato que já é reconhecido pela grande maioria dos paises e da sociedade organizada.

O Protocolo de Quioto após longos anos de negociação, finalmente entrou em vigor em fevereiro de 2004, estabeleceu metas a serem alcançadas pelos diferentes Paises, com o propósito de  redução das  emissões nas fontes nos Paises Desenvolvidos e a previsão de mecanismos de flexibilização, como o MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, aplicado em paises em desenvolvimento, principalmente Brasil, China e Índia, que prevê a possibilidade de se comercializar créditos de carbono, na forma de Certificados de Redução de Emissões atmosféricas dos GEE, baseados na concepção de projetos que promovam o seqüestro ou a fixação dos gases poluentes existentes na atmosfera.

O Brasil ocupa o 2º lugar mundial em numero de projetos de MDL, precedido pela Índia, contribuindo para uma redução aproximada de 184 milhões de toneladas de carbono. No aspecto mercado, esses projetos podem trazer alguns bilhões de euros para a balança comercial dos Paises em Desenvolvimento e assim sendo, o Brasil deve aproveitar o cenário favorável para fazer valer  com mais ênfase sua pujança nos serviços ambientais.

Este livro, nessa edição, busca contemplar as experiências de diversos profissionais e cientistas brasileiros – e alguns estrangeiros, no tocante ao desenvolvimento tecnológico, aplicação e mercado global. A obra congrega alem dos artigos da edição anterior, mais genéricos sobre o processo e a evolução do mercado de carbono, metodologias de monitoramento e diagnóstico socioambiental, alguns novos artigos voltados para tecnologias recentes de mitigação das Mudanças Climáticas, como a redução de emissões de GEE por meio da captura e armazenamento geológico de CO2.

Espero que a edição desta obra possa contribuir com o conhecimento sobre a mitigação dos Gases do Efeito Estufa, despertando o público interessado e comprometido com o tema, para a urgente necessidade da produção cientifica, desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, “Oxalá” caminhem para a imediata redução das emissões globais.

Em nome dos editores, nosso agradecimento especial a todos os autores e colaboradores que possibilitaram esta publicação.

Ótima leitura!