Pesquisadores do PR e da Petrobras criam metodologia para quantificação de carbono em projetos do MDL

A partir da pesquisa, o grupo pretende submeter a metodologia à Convenção Quadro sobre Mudança Climática das Nações Unidas

 

Após um ano de estudos, pesquisadores do Paraná desenvolveram o primeiro sistema completo de quantificação de carbono em florestas. A fórmula poderá ser aplicada em projetos florestais do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O estudo é resultado de uma pesquisa realizada por especialistas do Laboratório de Inventário Florestal (LIF), da Universidade Federal do Paraná, do Instituto Ecoplan, OSCIP paranaense e da Petrobras.

"Chegamos a uma metodologia bem definida, capaz de quantificar o carbono fixado em árvores, raízes, serapilheira e solo, em diferentes espécies e fases do ciclo de vida da floresta", explica o coordenador do LIF, Carlos Roberto Sanquetta. Para se chegar aos resultados do carbono fixado, os pesquisadores utilizam várias metodologias que vão desde o nível orbital até o atômico.

A partir desta pesquisa, o grupo pretende submeter a metodologia à Convenção Quadro sobre Mudança Climática das Nações Unidas (UNFCCC - United Nation Framework Convention on Climate Change). Com isso, o processo poderá ser usado como uma metodologia de quantificação para a geração de créditos de carbono em projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

"Atualmente, uma das grandes incertezas para a realização de projetos de fixação de carbono florestal, pelo Protocolo de Quioto, é como quantificar precisamente os créditos gerados. Nossa metodologia elimina esse obstáculo", justifica o presidente do Ecoplan, Marco Aurélio Bush Ziliotto.

Processo

A quantificação do carbono é feita com o auxílio de satélites, de um analisador de carbono, uma torre de investigação gasosa, além de processos como a análise estrutural da árvore, pesagem e procedimentos laboratoriais. "O processo é capaz, inclusive, de mostrar como as florestas contribuem para alterar a concentração de gases causadores do efeito estufa na atmosfera", diz Sanquetta.

O estudo "Níveis dinâmicos e estabilidade biológica nas taxas de crescimento de florestas e seu potencial na geração de créditos de carbono" está sendo desenvolvido em todo o Sul do Brasil.